Wanessa  PNG HQ
O código genético de Wanessa foi, durante muito tempo, a porta de entrada da sua música. Até resolver limar o sobrenome Camargo, espanar os resquícios que a imagem do pai, Zezé di Camargo, deixaram sobre a sua e se posicionar como uma cantora pop, o caminho do seu amadurecimento musical foi complicado. “Porém prazeroso. Foi um tempo que me permitiu experimentar várias formas de fazer música. Saí do romântico, que marcou o início da minha carreira, e fui brincando com o dance, música latina... Foi um longo caminho de busca, mas do qual me orgulho”, defende a cantora, em conversa por telefone com a Folha de Pernambuco.
Após atravessar esse caminho, que já soma 11 anos, Wanessa diz que, finalmente, encontrou o caminho mais coerente de expressar aquilo que a motiva enquanto artista. O álbum que ela está lançando agora, o oitavo da carreira, é o resultado dessa aproximação com seu novo código musical e não se chama “DNA” à toa. O disco é todo construído sobre as bases que sustenta o pop internacional contemporâneo - mistura de dance music, house e R&B, típica das divas como Lady Gaga e Rihanna. E para a cantora, esse gênero se transformou em sinônimo de liberdade.
“Eu tinha 11 anos quando vi Madonna pela primeira vez e me encantei. O pop me define, me dá segurança. Mas, claro que para chegar até ele, eu precisava ter certeza que o público entenderia. Não podia confundir as pessoas que conheciam e gostavam da cantora que eu era no início da carreira. Foi quando montei um show específico para boates, no qual eu percebi que havia público com mente aberta para aceitar uma cantora brasileira que pode fazer um som assim. Nesse sentido, o retorno do público foi fundamente para essa mudança”, explica Wanessa.
Em 2005, com o álbum “W”, a cantora já dava sinais de que sua cota de baladas melosas já estava esgotando. No reggaeton “Amor, Amor”, Wanessa emulava a latinidade típica de uma Shakira. Mas a virada drástica só veio mesmo em 2009, com o disco “Meu Momento”. É nele que está “Fly”, parceria dela com o rapper americano Ja Rule, que elevou as ambições de Wanessa. “Foi o início de um plano para entrar nesse mercado, que resultou no ‘DNA‘. Apesar de ser um disco todo em inglês, é voltado para o Brasil. Para tocar e ser divulgado aqui. Lógico que estou com olho grande para o mercado internacional, mas isso vai ficar para o ano que vem”, revela.
Atualmente grávida de quatro meses - e pretende continuar com a agenda de trabalho até os oito - a cantora enxerga no público GLBT o principal apoio para essa nova fase. “Nunca foi algo planejado, até porque público gay sempre esteve comigo. Nossa relação estreitou quando comecei a fazer show em boates. E amo fazer show para eles, porque é uma entrega diferente. Eles exigem o máximo em voz, em performance. E eu me exijo também. É uma identificação mútua”, analisa.
“Em toda minha vida sempre fui muito verdadeira e muitas vezes paguei a língua por falar demais. Fui uma adolescente de 17 anos, fazendo coisas erradas, ou não, e dei a cara a bater. Mas à medida que fui amadurecendo, comecei a compreender minhas prioridades, que é minha família e meu trabalho. Hoje, minha maior preocupação é que enxerguem a minha música, que vejam que eu trabalho de verdade”, comenta Wanessa, ao relembrar da famosa entrevista que ela concedeu à revista Veja, em 2003, na qual dizia não gostar de bancar a santa e anunciou que não era mais virgem - enfim, o oposto de Sandy. Preço que pode até ter sido alto, mas que lhe rendeu um pouco mais de seriedade à sua imagem.


RECIFE
Wanessa será a estrela da 10ª Parada da Diversidade do Recife, que acontece no dia 18 de setembro, na orla da Avenida Boa Viagem. Será um show gratuito, no palco armado no Parque Dona Lindu, concentração do evento. Na noite anterior, ela apresentará o novo disco em show no Clube Metrópole. O preço dos ingressos do show na boate ainda não foi divulgado.
Fonte: Folha de Pernanbuco

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